O Pecado Invisível

Encontros e desencontros de uma vida banal,que não interessa a ninguém mas acaba por ter um pouco de cada um.

sexta-feira, março 31, 2006

Longe

Estes dois últimos dias, têm sido altamente improdutivos para mim.Não consigo fazer nada, vou às só aulas que não posso mesmo faltar, e mesmo assim não estou lá. O meu pensamento está longe, a mais de 9000 km de distância. Preciso de uma notícia de uma palavra que me acalente, sinto-me vulnerável, desprotegida. Preciso ver-te ainda que seja só por um ecrã, preciso sentir como estás tomar-te o pulso, preciso de um beijo, de uma palavra que sossegue o meu coração. Este que não sabe muito bem para onde se virar, o que fazer, o que esperar, o que está certo, o que está errado, o que é verdade, o que é mentira. O que, daquilo que me disseste, sentes. E principalmente se foi um sentir passageiro devido à insegurança do momento, ou se ainda longe sentes. Preciso conversar contigo, ao fim de contas és acima de tudo meu amigo. Preciso desabafar aquelas coisas que só contigo consigo falar..

Dá notícias, deixa-me estar um pouco contigo...

Xico esperto


photo by cv



Mais uma pérola coimbrã, agora trazida a nós por Francis Smart...

quinta-feira, março 30, 2006

Lugar comum

Hoje foi sem dúvida a segunda quarta feira mais longa da minha vida.
Na primeira, há alguns anos atrás, chorei pela primeira vez na vida e o mundo tornou-se subitamente mais frio para mim.
Mais uma vez, o choro e o frio, carnal e psicológico acompanham-me...

segunda-feira, março 27, 2006

ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma
razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se
chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da
lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a
ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-
sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as
pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas,farto de
compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto
largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas,
alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a
saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo
tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa
que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso.
Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi
trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos
ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente
ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um
princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O
amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não
compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor
é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para
sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda que se nos escapa das mãos. E durante o dia e
durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho,
triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também. "

quinta-feira, março 23, 2006















photo by cv

Bagh

Quero esquecer que o mundo existe, quero principalmente esquecer que aquelas pessoas que no fundo são as mais importantes para mim existem. Porque é que hão de ser essas que hão de ter o condão de me porem triste, de me fazerem pensar que a vida não é tão cor de rosa como nos disseram quando eramos crianças.
Não gosto desta mania que a vida tem de nos dar lições, atirando-nos constantemente à cara que as coisas não podem ser como nos queríamos que fossem.
As vezes so me apetecia ser como a menina mimada de "Charlie and the chocolate factory" (tirando obviamente a parte de cair no ralo das nozes) e que toda a minha vida fosse assim, tudo o que queria quando queria como queria. Mas até a ela, mera personagem de um filme, a vida, ainda que ficcional resolve dar uma lição de moral.. Mania dos moralismos...
Queria por um dia viver os meus sonhos e ser feliz (é um cliché barato, é, mas que se foda).. Só um dia, e eu juro que aguentaria no dia seguinte descer à terra e continuar a lutar para ter tudo o que tenho hoje.
Mas não... a vida teima em levar para longe de mim, as poucas coisas que ainda põem um sorriso sincero nos meus labios cansados.

Assim.. assim fico como estou, incapaz de levar algo até ao fim, porque o cansaço leva-me muito antes do fim..

sexta-feira, março 10, 2006

Sem voltar a olhar para trás


photo by np


Que a partir de agora todos os nossos dias sejam assim

Como podem ver, moro numa cidade cheia de bom gosto...


photobycv Posted by Picasa


Ou então não...

O meu comentário à actualidade

Para desoPILAr... (literalmente)

Porque ontem (leia-se 8 de Março) foi dia da mulher, e para todos aqueles dias em que se anda mais irritadiça, aqui vai...

http://unix.rulez.org/~calver/funny/swf/girl_power.swf

sábado, março 04, 2006

Ás direitas

Menina, 21 anos, fala português, inglês e anda aprender espanhol. Sabe ler, escrever, falar, lavar, passar, coser, cozinhar e amanhar peixe ( :p). Gosta de música, cinema, teatro e não se interessa por televisão.
Sabe ainda a maioria dos preceitos das boas maneiras e custumes.

E ainda dizem que já não existem meninas casadoiras...





P.S.: Isto é o que dá acordar cedo, ir ao mercado, e experimentar pela primeira vez "pôr as mãos no peixe". Não é tão mau como parece, mas aconselha-se um bom sabonete liquído( ou limão ) nas mãos depois...

quinta-feira, março 02, 2006

Também quero ronronar

quarta-feira, março 01, 2006

Continua a ser


photo by cv

um pecado invisível.

O meu..


photo by cv

... mundo azul

Fugir

Só me apetece fugir..
Só não sei muito bem de que nem para onde..
Tudo me parece igual para onde quer que vá.. é facílimo em qualquer ponto deste país encontrar alguém que conhece alguém que te conhece a ti, será que nos está vedada definitivamente toda e qualquer forma de querer começar de novo, de esquecer que houve um ontem e só viver o hoje e o amanhã?
E conforme os meus amigos e conhecidos vão viajando ou vivendo fora de portugal tenho medo que até fujindo deste jardim à beira mar plantado me aconteça o mesmo.
Eu sei que isto poderia nem ser totalmente mau, pode obviamente ser visto pelo lado positivo, encontrar a familiaridade num qualquer canto do mundo.
Mas hoje nao, porque hoje estou farta do igual. De toda a gente se vestir igual, comer igual, viver igual e falar igual. Mesmo quando se tenta mudar algo, criar uma expressão só nossa, um código de carinho, passado três meses metade desta merda de país esta igual.
Merda pa moda da globalização, até as palavras e aos gestos ja chegou.
Será pedir muito pedir um pedaço de mundo só meu?
Algo que ME identifique..
Eu acho que não, mas o resto do mundo deve achar que sim...

Bagh..

Vou dormir de costas para a minha última janela